Nossa História

História

A história da Abadia Premonstratense de São Norberto de Jaú, primeira na América Latina, começa em PIRAPORA DO BOM JESUS (SP) e remonta aos fins do século XIX, quando, inspirado pelo papa Leão XIII, o então bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde Cavalcanti, dirigiu-se ao abade da Abadia de Averbode (Bélgica), solicitando sacerdotes para trabalho em sua diocese. Aceito o convite, Dom Gumaro Crets, no capítulo da abadia, nomeou os primeiros cônegos destinados à nova fundação: Côn. Vicente van Tongel e Côn. Rafael Goris, destinados a administrar o SANTUÁRIO DO SENHOR BOM JESUS DE PIRAPORA e iniciar um colégio que devia ser construído no mesmo lugar.

     Em 07 de agosto de 1896, Côn. Rafael e Côn. Vicente partiram da Bélgica e, chegando no porto de Santos, subiram até São Paulo e ficaram hospedados no Seminário Diocesano, a fim de aprender a língua portuguesa. Em 26 de dezembro do mesmo ano, chegaram ao povoado de Pirapora. Em 1897, começaram a construção do colégio, que se tornou o Seminário Menor Metropolitano de São Paulo, de 1905 a 1948. Depois funcionou aí o Seminário Premonstratense, de 1949 a 1973. Até 1973, o convento de Pirapora foi a casa central da comunidade premonstratense de Averbode no Brasil.

     Em 1901, uma nova frente de trabalho foi aberta em Jaguarão, no estado do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil, fundando-se aí, o Colégio do Espírito Santo. Como o ideal missionário crescia cada vez mais na Europa, o número de vocações missionárias também aumentou, o que permitia a Averbode enviar, a cada ano, mais confrades ao Brasil. Assim, as casas cresciam e o trabalho aumentava, mas, em 1915, devido às leis maçônicas contra o ensino particular, a comunidade premonstratense de Jaguarão, vendo seu trabalho dificultado, transferiu-se para JAÚ, no estado de São Paulo, a pedido do bispo de São Carlos, Dom José Marcondes Homem de Mello, continuando o ensino no Atheneu Jauense.

    Assim, a trajetória dos cônegos Premonstratenses em Jaú vai muito além da religião e se confunde com a história da educação na cidade. O trabalho dedicado resultou rapidamente no reconhecimento do público. O Atheneu Jauense teve nível comparado aos melhores colégios do país, como o Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, considerado o de melhor nível do Brasil no início do século passado. Em 1926, uma lei municipal mudou o nome do Atheneu para Ginásio Municipal e, em 1948, ainda sob o comando dos cônegos, a escola passou a se chamar Colégio São Norberto, mesmo nome do fundador da Ordem. O título permaneceu até a desativação da escola, no ano de 1969. Entre os anos de 1940 e 1960, período considerado por muitos historiadores como a fase áurea da educação do país, o São Norberto era a única escola secundária de formação não-técnica de Jaú. Os rapazes, filhos das famílias mais tradicionais da cidade, cresciam sob a orientação dos cônegos premonstratenses.

    Em 19 de março de 1930 foi criada a Paróquia de São José no Jardim Europa, na capital paulista, que foi confiada aos Cônegos Regulares Premonstratenses do Seminário de Pirapora por vontade expressa de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, para homenagear aqueles que eram seus administradores no seu seminário metropolitano desde 1905.

    Em dezembro de 1953, os premonstratenses foram para PIRACICABA, no interior do estado de São Paulo, a pedido de Dom Ernesto de Paula, primeiro bispo diocesano de Piracicaba, que fora um aluno do Seminário Menor de Pirapora. Ali, construíram a igreja de São Judas Tadeu, que esteve desde então sob os cuidados pastorais dos confrades premonstratenses, e que se tornou paróquia em 1956.

    A comunidade de Jaú foi erigida como Canonia independente na dignidade de Priorado de regimine em 16 de janeiro de 1979, sendo dedicada a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças e São Norberto, padroeiros da igreja conventual e tendo como primeiro prelado o Côn. Pedro Rodrigues Branco. No ano 2000, durante o Capítulo Geral, em Roma, o Priorado foi elevado à dignidade de Abadia, recebendo como lema “Per crucem ad lucem” (Pela cruz, à luz). O primeiro abade foi o Reverendíssimo Côn. Bonifácio Hartmann.

    A nossa vida conventual centra-se na celebração comum do Ofício (horas maiores) e a missa conventual, diária, concelebrada por todos, inclusive pelos confrades que são párocos. As refeições também são tomadas em comum. Atualmente os membros da Ordem dedicam-se ao trabalho nas paróquias confiadas à nossa comunidade religiosa.